Bem Paraná – Alta no mercado imobiliário faz profissionais migrarem de área

Setor vem aquecido nos últimos anos em Curitiba, e tem atraído cada vez mais profissionais que atuavam em outras áreas

O mercado imobiliário em Curitiba vivencia tempos de bonança. A alta é refletida em diferentes segmentos: no locatício, por exemplo, houve um aumento de 21,22% em 2023. O dado é de um levantamento do instituto de pesquisas econômicas FipeZap+. No mesmo ano, o Valor Geral de Vendas (VGV) foi acumulado em R$ 5,4 bilhões e houve um aumento de 24% em relação a 2022, de acordo com o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI-PR).

Com o aquecimento do setor, profissionais de diferentes áreas estão conciliando suas profissões de formação com o ofício de corretor de imóveis, outros, no entanto, optaram por dedicar-se exclusivamente ao mercado imobiliário.

Flexibilidade de horários, laços com os clientes e, claro, as comissões são alguns fatores que atraem os profissionais para a área. Débora Bertelli e Mônica Arns integram o grupo de pessoas que decidiram mergulhar de cabeça no setor imobiliário. Formadas em Hotelaria, as amigas trabalharam por mais de 20 anos na área, que foi uma das mais atingidas durante a pandemia da Covid-19. O fechamento do hotel onde Arns trabalhava foi o estopim para que elas ingressassem no mercado como corretoras de imóveis.

Apesar de serem áreas distintas, Bertelli e Arns conseguem aplicar habilidades da hotelaria na consultoria imobiliária. “A gentileza durante o atendimento ao cliente, a pontualidade, a rapidez com que retornamos o contato. Todos os dias inserimos o conhecimento da hotelaria no segmento de corretor de imóveis”, conta Bertelli.

“Na hotelaria trabalhávamos com perfis diferentes de clientes: corporativo, eventos, lazer. Então, a gente tem essa vivência que linca com você saber se portar com cada tipo de cliente. Isso é muito importante nos dois ramos e facilitou nosso trânsito nos dois setores”, completa Arns.

As corretoras estão no ramo há um ano e atuam na imobiliária 7 Imóveis. O pouco tempo exercendo o ofício já foi suficiente para perceberem que acertaram na escolha e não querem retornar à hotelaria, pois veem o setor imobiliário rentável o suficiente para consolidarem a carreira.

Dados do CRECI-PR mostram que Curitiba tem atualmente 1.632 imobiliárias e 8.335 corretores de imóveis. O mercado curitibano teve 6.982 unidades lançadas em 2023.

Liberdade de horários e desafios levaram jornalista para nova profissão

Devido à liberdade de horários, o mercado imobiliário é uma alternativa para os profissionais que precisam de mais uma fonte de renda. É o caso da jornalista Ana Righetto, que concilia o trabalho de assessoria de imprensa com o ofício de corretora de imóveis.

“Para mim, está sendo fantástico, porque tem a ver com assessoria. No jornalismo, escrevo muitos releases. Para produzir uma matéria, sempre busco fazer o melhor, buscar os diferenciais para aquela matéria chamar atenção. A mesma coisa é vender um empreendimento, eu vou estudar e procurar todos os diferenciais dele e saber o máximo possível. Tenho que conquistar o cliente, porque estou vendendo um projeto de vida, um sonho”, comenta Righetto.

Embora consiga conciliar as habilidades das duas profissões, a jornalista conta que o seu maior desafio quando iniciou no mercado imobiliário foi montar um fluxo de pagamentos que fosse saudável para o cliente. “Eu pensava: nossa, será que vou saber fazer? Porque dá um frio na barriga”, lembra Righetto.

Hoje, contudo, a profissional consegue exercer a função com tranquilidade, que é fruto de dedicação.

Atualmente, Righetto atua na Imóveis de Primeira, na área de lançamentos de imóveis de alto padrão.

Durante quase três anos exercendo a profissão, ela teve a oportunidade de trabalhar com imóveis prontos, mas se identificou com a venda de imóveis na planta.

“É um desafio maior. Como em toda venda, você tem que conquistar o cliente, mas no lançamento é necessário mostrar porque o empreendimento vale a pena. Mostrar todos os diferenciais, a parte técnica, arquitetônica e desenhar um fluxo de pagamento que atenda o comprador durante o período da obra até a conclusão”, diz.

Qual é o perfil de um corretor?

A indústria imobiliária movimenta a economia de qualquer cidade, especialmente por sua versatilidade e capacidade de atender às necessidades de diferentes nichos. E quando o profissional se depara com as diferentes áreas de atuação dentro do mercado de imóveis, ele analisa qual é a sua aptidão.

“Hoje, temos o Minha Casa Minha Vida, que é um mercado muito grande incentivado pelo Governo. Então, ao invés de vender um imóvel de R$ 1 milhão, vende quatro imóveis de R$ 250 mil. A corretagem é um ganho ilimitado, mas você depende do seu trabalho e dedicação para ganhar bem. O corretor, depois de um ou dois anos atuando, dificilmente sai desse mercado”, afirma Carlos Eduardo Canto, presidente da Confraria Imobiliária de Curitiba.

Canto exerce o ofício há 48 anos e elenca alguns pontos essenciais que devem compor o perfil de um corretor de imóveis. “Primeiro, tem que gostar de gente. Tem que ser uma pessoa comunicativa e proativa. Hoje, falamos muito do digital, mas eu vejo que a propaganda tem que ser feita nos lugares que o profissional frequenta, seja na academia, no salão de beleza. Quando o profissional se posiciona, ele tem retorno. E o corretor tem que entender de tudo: Psicologia, Matemática, Marketing, Engenharia, Direito. E temos diversos cursos para preparar esses profissionais”.

 

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