19/03/2021 – Clipping – Diário do Rio Doce – Minas Gerais perde mais de 153 mil vidas no “ano da pandemia”

Período de março de 2020 a fevereiro de 2021 registrou crescimento de 24,3% nos óbitos e 29,9 mil mortes a mais em relação à média histórica do estado

Com a crise de saúde pública instalada em razão da COVID-19, rede hospitalar à beira do colapso, aumento no número de mortes em domicílios em razão da falta de leitos ou do medo da ida aos hospitais, reflexos no crescimento dos falecimentos por doenças respiratórias e cardíacas aceleradas pelo vírus, o Estado de Minas Gerais completou o “ano da pandemia” com um total de mais de 153 mil mortos, número recorde desde o início da série histórica “Estatísticas do Registro Civil”, em 2003.

Os dados do “ano da pandemia” constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos registrados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

O número de óbitos registrados em Cartórios no “ano da pandemia”, considerado o período de março de 2020 a fevereiro de 2021, totalizou 153.226 mortes, um total de 29.978 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 24,3% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,4%, totalizando 22,9 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, de março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 9% no número de falecimentos.

“Os cartórios de Registro Civil são a base primária de dados da nação. Seus dados são enviados a mais de 14 órgãos do Poder Público, desde o Ministério da Saúde até o IBGE, para que o País possa planejar suas políticas sociais, de saúde, educação, habitação, segurança, entre outras”, explica Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil. “Poder disponibilizar em tempo real estas estatísticas, em um momento tão delicado, para que a sociedade possa se informar, tem sido um trabalho diferenciado”, completou.

Já o Brasil fechou o “ano da pandemia” com quase 1,5 milhão de mortos, número recorde desde o início da série histórica. No País, o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 1.498.910 mortes, um total de 355.455 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 31% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,7%, totalizando 29,3 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, de março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 13,7% no número de falecimentos.

Fevereiro recordista

O agravamento da pandemia no último mês fez de fevereiro de 2021 o mês mais mortal de sua própria série histórica no estado, com um total de 12.115 óbitos registrados pelos cartórios do Estado no período, 3.091 mil óbitos a mais do que a média para o período. O número foi ainda 25,1% maior do que a média histórica dos meses de fevereiro desde 2003, sendo 24,4 pontos percentuais a mais em relação à média para o período. Na comparação com fevereiro de 2020, o crescimento foi de 25,8%.

O número de óbitos registrados nos meses de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.

Sobre a Arpen-Brasil

Fundada em setembro de 1993, a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) representa a classe dos Oficiais de Registro Civil de todo o País, que atendem a população em todos os estados brasileiros, realizando os principais atos da vida civil de uma pessoa: o registro de nascimento, o casamento e o óbito.

Fonte: Diário do Rio Doce

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