09/01/2022 – Em 2021, MT teve 9,4 mil mortes a mais do que na pré-pandemia

Em 2021, Mato Grosso teve maior número de óbitos dos últimos seis anos e contabilizou um total de 25.520 mortes, segundo a Associação dos Notários e Registradores de Mato Grosso (Anoreg-MT).

 

A Diretora de Tecnologia da Anoreg, Maria Aparecida Bianchin, explica que os números elevados foram, principalmente, causados pela Covid-19 no Estado.

 

Para se ter uma ideia, em 2019 – quando ainda não havia Covid -, o número de mortes no Estado, conforme a associação, foi de 16.025. O dado mostra que entre 2019 e 2021, houve um aumento de 59%.

 

Apenas em março, em que houve o segundo pico da doença, a associação registrou 9.436 mortes nos municípios mato-grossenses, sendo que este número representou 37% do total de óbitos contabilizados em todo ano de 2021.

 

Pelo portal transparência dos registros, é possível ver que, deste número, 1.896 foram registrados com a causa da morte como suspeita ou confirmação de Covid-19. Os picos dos casos ocorreram na última semana de março e início de abril.

 

“Nunca houve uma quantidade de óbitos tão grande no Estado no período de 2015 para cá. Além da causa mortis Covid-19, houve um aumento substancial tendo como causa mortis insuficiência respiratória, pneumonia, e septicemia”, afirma.

 

Em análise dos dados coletados nos anos anteriores à pandemia, Maria explica que Mato Grosso estava tendo um decréscimo de mortes. Em 2015 o Estado teve 15.939 registros emitidos, em 2016 foram 15.162.

 

Até a Covid-19 chegar na região mato-grossense, 2017 sustentava o recorde de mortes dos últimos anos, com um total de 16.846. No entanto, em 2018 e 2019 os números começaram a cair, com a Anoreg registrando 16.712 e 16.025, respectivamente.

 

Com os primeiros casos do novo coronavírus em Mato Grosso, os dados mudaram em 2020, em que houve um salto para 20.763 óbitos, crescimento de 30% em relação ao ano anterior. Já em 2021 as mortes continuaram a aumentar, chegando a ser 20% maior do que no início da pandemia.

 

“Foi um crescimento exponencial a partir do mês de março de 2020”, relata.

 

Transparência nos dados

 

Maria explica que uma pessoa só pode ser sepultada no país caso faça um registro de óbito no cartório do local onde ocorreu o falecimento. O protocolo faz com que cada Estado tenha controle sobre esses números e também sobre as causas das mortes.

 

Os cartórios de todo o Brasil também informam ao Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc), que compartilha informações com o INSS, IBGE, Receita Federal e inúmeros outros órgãos públicos, contribuindo para as diretrizes públicas, tomada de decisões pelos governantes e estatísticas oficiais.

 

Nos anos de 2020 e 2021 os registros ganharam uma nova importância também, de trazer transparência nas informações sobre mortes no Brasil durante a pandemia.

 

“Foi possível que a gente pudesse informar em tempo real todos os órgãos da administração pública, as autoridades sanitárias do que estava realmente acontecendo no país em termos de morte para que as diretrizes e estratégias fossem tomadas”, afirma.

 

Por este motivo, a diretora enfatiza a importância de se fazer os registros que são obrigatórios em cartório. Tanto para garantir direitos básicos quanto para manter os dados do Estado atualizados.

 

Recorde no Brasil

 

Assim como em Mato Grosso, país também bateu recorde de mortes em 2021. No ano passado os Cartórios de Registro Civil brasileiros registraram um total de 1.684.263 óbitos em todo o território nacional.

 

A Anoreg Brasil relatou que as mortes, em sua maioria, também foram um reflexo das vítimas  contaminadas pelas Covid-19.

 

Em comparação, ano passado também houve um menor número de nascimentos desde o início da série história do Registro Civil, em 2002. Foram 2.551.942 registros.

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