No mês passado, houve 12.467 mortes, o maior número da série histórica. Desde o começo da pandemia, foram registradas 177.165 mortes nos cartórios, seja por acidentes ou doenças
De março de 2020, quando começou a pandemia, a fevereiro de 2021, foram registradas mais de 177 mil mortes nos cartórios do estado do Rio de Janeiro. A comparação com a média dos últimos anos mostra o impacto da Covid-19: 50 mil mortes a mais – ou seja, um crescimento de 40%.
O ano de 2021 começou ainda mais preocupante: só em fevereiro, foram registradas 12.467 mortes, o maior número da série histórica.
O número estão contabilizadas todas as mortes, incluindo provocadas por acidentes ou por doenças como a Covid-19.
Para quem perdeu um familiar, cada número tem um rosto, uma história.
“É uma coisa horrível, perder um ente querido não é fácil”, diz Alcinéia, mulher de uma das vítimas da Covid.
O marido de Alcinéia descobriu que estava com Covid em abril do ano passado. Celso foi internado, mas não resistiu e morreu 4 dias depois.
“Foi muito rápido, a gente nem teve tempo de pensar. Ele era um homem forte, trabalhador, estava em pleno exercício quando passou mal e foi internado”.
Todas as mortes são registradas nos cartórios. Depois, todas as informações são enviadas para o Portal da Transparência do Registro Civil.
Essa grande base de dados pode ajudar a melhorar as políticas públicas.
“Acho que o recado é que a gente tem que se preparar melhor, ter um sistema de saúde melhor, e se preparar melhor para lidar com situações como essa de pandemia, que eu espero que nunca mais venha a acontecer”, diz Humberto Monteiro, presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Rio (Arpen-RJ).
E acrescenta:
“Mas se um dia a gente tiver outra pandemia, ou outra enfermidade como essa, o coronavírus, a gente tem que tá preparado pra lidar com ela”.
“Pessoal, Covid mata, é verdadeira, eu estou viúva por causa da Covid-19. Não é fácil. Viver essa pandemia não está sendo fácil. Temos que nos cuidar, temos que nos resguardar, e viver com essa dor da incerteza, da falta de respostas”, fala Alcinéia.
Fonte: G1 RJ